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Conto

O ano é 2020, eu, Vinícius Magalhães, juntamente com meu grupo formado por quatro amigos, são eles, Gabriel, João, Raí e Gustavo, construímos uma máquina do tempo que pode voltar para qualquer era do passado. Começamos a pesquisar sobre acontecimentos do século 19 que poderíamos evitar com as informações que tínhamos.
     Descobrimos que no dia 12 de Julho de 1852, o conhecido biólogo, Alfred Russel Wallace, embarcou em um navio na Amazônia com rumo à Inglaterra e após 28 dias ao mar, o bálsamo na carga do navio pegou fogo, por conta disso ele perdeu sua coleção inteira pesquisada no Brasil.
Com essa informação em mãos decidimos voltar para esse dia e impedir que esse fato ocorresse, porém a máquina do tempo apenas possui espaço para uma pessoa, portanto só eu pude ir. 
     Após efetuar a viagem com sucesso e chegar na Amazônia na data e local certos, foi bem difícil de me adaptar, pois a Floresta Amazônica é bem densa e úmida. De repente minha cabeça começou a doer, talvez por conta do choque da viagem, mesmo assim consegui me dirigir ao porto que o Alfred R. Wallace usaria para embarcar no navio e o aguardei por lá.
     Depois de 2 horas aguardando, começou a chover muito e ao longe avisto Alfred chegando ao porto, era por volta de meio dia. Me dirijo a ele :
     - Olá! Meu nome é Vinícius Magalhães e fui contratado para garantir a segurança do seu material de pesquisa durante a viagem.
     - Que?! O seu nome é bem estranho, nunca escutei nada parecido em toda minha vida, parece que nem é um nome dessa era.
     - Ehh... Sempre me disseram isso.
     - Mas como assim “garantir a segurança”? Eu não fui informado sobre isso.
     - Provavelmente se esqueceram de avisar, foi a prórpia seguradora do porto que me contratou, e isso é normal com todos os passageiros que carregam uma carga de um alto valor.
     - Mesmo assim, por que um jovem? Acho que vou dar uma olhada no aviso que me enviaram para conferir.
     - Não!!! Quer dizer.... Não precisa, já está quase na hora do embarque, vamos acabar perdendo.
     - Você tem razão. Bom... De qualquer forma.... Muito prazer em te conhecer Vinícius Magalhães, meu nome é Alfred Russel Wallace.
     - O prazer é todo meu, vamos trabalhar bem juntos.
     Infelizmente tive que mentir em praticamente tudo que eu disse, mas foi necessário para conquistar a confiança de Wallace. Agora posso ficar tranquilo, a parte mais difícil já passou, pois a carga só vai queimar após 28 dias ao mar. Durante esse tempo não é necessário a minha interferência em nada, e quando chegar o dia apenas irei apagar o fogo quando começar. 
     Os dias foram passando, fui me aproximando mais do Alfred, era sempre bem animado e muito relaxante passar as horas deitado no navio olhando o céu. Estava tudo correndo muito bem, apenas esperando os 28 dias passarem, até que no décimo sétimo dia, eu acordei e senti um cheiro de queimado. No mesmo instante tocou uma sirene e todos foram obrigados a se retirarem. Tudo que eu deveria estar impedindo estava se realizando bem na minha frente e  não pude fazer nada naquele momento, pois não conseguia compreender a situação, apenas seguir as ordens e me retirar do navio.
     Ao meu lado estava Alfred chorando pela sua pesquisa perdida, e eu pensava que tudo estava acabado para mim. Consegui falhar na minha única missão e não sabia mais o que fazer. Eu não havia conseguido mudar o passado, talvez seja pelo fato de que por mais que tentemos, o passado não pode ser mudado. Por conta da minha tentativa e da minha interferência, o dia em que a carga queimou foi adiantado, tudo para que a história continue sempre a mesma.
     Após todo esse fracasso, decidi retornar ao presente e informar ao meu grupo que não podemos continuar com as viagens, e que tudo isso foi apenas uma perda de tempo, pois não temos como modificar nem uma simples queimada em um navio, portanto seria impossível fazer mudanças mais drásticas na história da humanidade.

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